setembro 06, 2020

Frida Kahlo

O Abraço de amor do Universo, a Terra (México), eu, Diego e Senhor Xolotl

Frida Kahlo foi uma pintora mexicana que marcou o mundo com sua autenticidade. Sua vida era bem difícil, além de ter sofrido um acidente no qual uma barra de ferro atravessou seu corpo, o que trouxe consequências para sua vida toda, incluindo a impossibilidade de ter filhos - Frida sofreu três abortos espontâneos -, ela também teve um relacionamento extremamente conturbado. Passou por tudo isso através da arte, das suas cores fortes e dos seus traços marcantes. Frida pintava sobre seu relacionamento, sobre seu acidente, sobre suas dores, sobre sua cultura... Sobre sua vida. E exatamente por isso, por escancarar as verdades, os sentimentos e, acima de tudo, a força de uma mulher, se tornou uma figura tão importante para o movimento feminista. Sua memória está viva não apenas em filmes e livros, mas, principalmente, na consciência de pessoas de todo o mundo que a têm como inspiração.

Obras, devaneios e reflexões...

A coluna partida
O veado ferido

Ambas ("A coluna partida" e "O veado ferido") mostram situações em que, apesar de todas as adversidades, todas as feridas, dores e lágrimas, a força para continuar de pé é maior. Apesar da Frida estar toda pregada e com a coluna partida e do veado ter sido todo flechado, nenhum deles está caído no chão, morto ou derrotado. Muito pelo contrário, estão de pé, firmes, transformando as situações ruins em força.

Sem esperança

Através da arte, podemos colocar para fora tudo aquilo que temos dentro de nós, aquilo que experienciamos, o que somos, o que mexe conosco. Ou seja, nossas perspectivas, dores, culturas, alegrias... A arte é uma das melhores formas de expressar o que vem de dentro e precisa ser expelido, dito, para não sufocar.

As duas Fridas

Aqui, gosto de pensar que os vasos sanguíneos são nada mais, nada menos que nossa trajetória, nosso percurso do início ao fim (este, demarcado pela tesoura). A obra fala sobre o tempo, a vida e suas fases. Ao longo das nossas histórias possuímos diferentes “eus”, com jeitos e gostos diferentes, moldados pelas experiências. Também é interessante pensar que, mesmo com o passar do tempo, com as marcas e diferenças que a vida traz, a essência permanece a mesma (o eu jovem e o eu mais velho permanecem juntos, seja através das mãos dadas, seja através dos vasos que os ligam) e é exatamente isso que sustenta tudo.

Autorretrato com colar de espinhos e beija-flor

O desacordo entre corpo e mente. Os pensamentos estão em um patamar de transformação e libertação (representado pelas libélulas-flores e borboletas próximas à cabeça da Frida), mas o corpo não segue junto com esse processo (o beija-flor está preso aos espinhos do colar), o que traz angústia, sofrimento (o colar de espinhos a faz sangrar, a fere). É a distância entre o sonho e sua realização, é uma forma de limitação (o não ser por inteiro), é o prender-se a espinhos (relacionamentos tóxicos, maus hábitos, negatividade, coisas que não te fazem bem) quando poderia estar voando. Mas essa situação não necessariamente é permanente, afinal, um colar é apenas uma bijuteria, você escolhe se vai usar, tirar, por quanto tempo usará ou se não combina mais contigo. A decisão entre ferir-se ou voar é de responsabilidade sua.

O que a água me deu

A água é um elemento de clareza, limpeza. O banho retira todas as impurezas (preocupações, dúvidas, traumas, situações marcantes, etc) e te permite que as veja de fora, por uma perspectiva mais ampla e, assim, seja mais compreensivo consigo mesmo, entenda o que que lhe aconteceu no passado, quem você é e o que quer para saber em que direção caminhará no presente (as pernas e os pés da pessoa que está no banho são as partes em evidência).

Hospital Henry Ford
Frieda e Diego Rivera
Autorretrato com cabelo cortado

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